A Produção Bibliográfica na Arquivística Brasileira

Esta pesquisa procurou identificar apenas os livros publicados, editados e traduzidos no Brasil, a partir da primeira tradução publicada no país do “Manual dos Holandeses”, feita pelo Arquivo Nacional em 1960. O Manual dos Holandeses foi importante no processo de rompimento paradigmático da disciplina Arquivística que até então era considerada como uma disciplina auxiliar da História.

Essa obra iniciou o processo de análise da área sob o prisma epistemológico, com a definição do conceito e arquivo e de Arquivologia e a produção de manuais que colaboraram para a implantação de normas institucionais. A escolha desse marco inicial de nossa pesquisa parte do que Malheiro da Silva e outros (2002, p. 115) sugerem:


“O facto que pode ser considerado um marco na evolução da Arquivística, por ter aberto uma nova era para a afirmação da disciplina, foi, sem dúvida, a publicação em 1898 do manual de Muller, Feith e Fruin, (…)”.


Assim delimitado o marco temporal da pesquisa, foram visitadas quatro bibliotecas públicas na cidade do Rio de Janeiro, entre os meses de setembro e novembro de 2006: Biblioteca do Arquivo Nacional, Biblioteca do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, Biblioteca Pública da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e Biblioteca do Centro Cultural do Banco do Brasil. Paralelamente, buscou-se na Internet a identificação de outros livros que por ventura não constassem dos acervos das bibliotecas acima referidas.

Para a realização da pesquisa na biblioteca do Arquivo Nacional e na biblioteca do Centro Cultural Banco do Brasil foi feito um levantamento na base de dados da instituição e uma consulta aos bibliotecários. No Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro foram consultadas as fichas catalográficas da biblioteca com o auxílio de um bibliotecário e de um estagiário de Biblioteconomia. Na biblioteca da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, foi solicitado o auxílio de uma bibliotecária e feita uma consulta nas fichas catalográficas.

Quanto à pesquisa feita na internet foram procuradas publicações nos sites das instituições arquivísticas tais como: Arquivo Nacional, Associação dos Arquivistas de São Paulo, Associação dos Arquivistas Brasileiros, biblioteca da Fundação Getúlio Vargas, e também no site de busca Google com os seguintes termos: livros de arquivologia / manuais arquivísticos / manuais de arquivologia.

Em síntese, os critérios utilizados para a configuração da lista abaixo, de acordo com o exposto anteriormente, foram:

  • Todas as obras terem mais de 49 páginas;
  • Terem sido publicadas, editadas e/ou traduzidas no Brasil;
  • Terem sido publicadas, editadas e traduzidas no Brasil entre os anos de 1960 (ano da publicação do Manual dos Arquivistas Holandeses pelo Arquivo Nacional) e 2006.

Os metadados consultados para a classificação dos livros como “livros de Arquivologia” foram: Título, Conteúdo e Autor. Os títulos deveriam conter as palavras arquivo, arquivologia, arquivística e suas derivações. O conteúdo dos livros deveria ser próprio da disciplina Arquivologia, ou seja, tendo como temas: avaliação, classificação, arranjo, descrição, teoria arquivística, terminologia arquivística, tecnologia aplicada aos arquivos, administração de arquivos, formação profissional de arquivistas e conservação aplicada aos acervos arquivísticos.

Assim, os livros publicados, editados e traduzidos no Brasil entre 1960 e 2006 encontrados por essa pesquisa foram os seguintes:


  1. ALBORNOZ, Luiz Octavio M. Arquivologia e Relações Humanas. Rio de Janeiro: Ferreira, 2005. 152 p. (classificado como manual)

  2. ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Plano de classificação e tabela de temporalidade de documentos da administração pública do Estado de São Paulo: atividades-meio. 1ª ed. São Paulo: Arquivo do Estado, 2005. 216 p. (classificado como manual)

  3. ARQUIVO NACIONAL. A conservação de documentos em seus diferentes suportes: recomendações básicas. 1ª ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1986. 51p. (classificado como manual)

  4. ARQUIVO NACIONAL. Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística. 1ª ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2005. 230 p. (classificado como não-manual)

  5. ARQUIVO NACIONAL. Manual de identificação de acervos documentais para transferência e/ou recolhimento aos arquivos públicos. 1ª ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1985. 79 p. (classificado como manual)

  6. ALMEIDA, Luiz Fernando Duarte de. Administração de arquivos e documentos. 1ª ed. Rio de Janeiro: Confederação Nacional da Indústria, 1987. 100 p. (classificado como manual)

  7. ALMEIDA, Luiz Fernando Duarte de. Ensaios de sistemas de informação em arquivologia & documentação. 1ª ed. Rio de Janeiro: TÉD, 1986. 97 p. (classificado como manual)

  8. ARQUIVO PÚBLICO DO CANADÁ – Departamento de organização de arquivos correntes. Arquivos correntes: organização e funcionamento. 1ª ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1975. 116 p. (classificado como manual)

  9. BARBOSA, Teresinha de Jesus Carvalho Mendes; SANTOS, Yara Ferreira dos. Arquivo e Protocolo. 1ª ed. Rio de Janeiro: Fundação Escola do Serviço Público, 1990. 108 p. (classificado como manual)

  10. BECK, Ingrid. Manual de preservação de documentos. 1ª ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1999. p. 75. (classificado como manual)

  11. BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivos Permanentes: tratamento documental. 1ª ed. São Paulo: T. A. Queiroz, 1991. 198 p. (classificado como manual)

  12. BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Como fazer análise diplomática e análise tipológica de documentos de arquivo: elaboração de instrumentos de pesquisa. 1ª ed. São Paulo: Arquivo do Estado de São Paulo: Imprensa oficial, 2002. 120 p. (classificado como manual)

  13. BERNARDES, Ieda Pimenta. Como avaliar documentos de arquivo. 1ª ed. São Paulo: Arquivo do Estado, 1998. 89p. (classificado como manual)

  14. CAMARGO, Ana Maria de Almeida; MACHADO, Helena Correa. Como implantar arquivos públicos municipais. 1ª ed. São Paulo: Arquivo do Estado de São Paulo: Imprensa Oficial, 1999. 87 p. (classificado como manual)

  15. CAMARGO, Ana Maria de Almeida. BELLOTTO, Heloísa Liberalli (coord.). Dicionário de Terminologia Arquivística. 1ª ed. São Paulo: AAB-SP, 1996. 142 p. (classificado como não-manual)

  16. CAMARGO, Ana Maria de Almeida. BELLOTTO, Heloísa Liberalli (coord.). Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística. 1ª ed. São Paulo: Cenadem, 1990. 163 p. (classificado como não-manual)

  17. CARUSO, Luiz Aparecido (trad.). Sistemas de arquivos e controle de documentos. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 1973. 212 p. (classificado como manual)

  18. CARVALHO, Lourdes de Freitas. Serviço de arquivo médico e estatística de um hospital. 1ª ed. São Paulo: Associações Paulistas de Hospitais, 1977. 265 p. (classificado como manual)

  19. CASSARES, Norma Cianflone (em colaboração com Cláudia Moi). Como fazer conservação preventiva em arquivos e bibliotecas. 1ª ed. São Paulo: Arquivo do Estado, 2000. 78p. (classificado como manual)

  20. CASTANHO, Denise Molon et. al Curso de Arquivologia da Universidade Federal de Santa Maria: 25 anos de história. 1ª ed. Santa Maria: UFSM/CCSM, 2002. 54 p. (classificado como não-manual)

  21. CASTILHO, Ataliba Teixeira de (org.). A sistematização de arquivos públicos. 1ª ed. Campinas: Ed. Unicamp, 1991. 169 p. (classificado como manual)

  22. CASTRO, Astréa de Moraes e. Arquivo no Brasil e na Europa. 1ª ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1973. 124 p. (classificado como manual)

  23. CASTRO, Astréa de Moraes e; CASTRO, Andresa de Moraes e; GASPARIAN, Danuza de Moraes e Castro. Arquivística = técnica, arquivologia = ciência. 1ª ed. Brasília: ABDF, 1985. 361 p. (classificado como manual)

  24. CEDOC. Procedimentos técnicos em arquivos privados/FGV. 1ª ed. Rio de Janeiro: O centro, 1986. 101 p. (classificado como manual)

  25. CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL. Metodologia de organização de arquivos pessoais: a experiência do CPDOC. 4ª ed. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1998. 104 p. (classificado como manual)

  26. COLOMBO, Fausto. Os arquivos imperfeitos – memória social e cultura eletrônica. 1ª ed. São Paulo: Perspectiva, 1991. 135 p. (classificado como não-manual)

  27. CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS. ISAD(G): Norma geral internacional de descrição arquivística. 1ª ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2000. 119 p. (classificado como manual)

  28. CÔRTE, Adelaide Ramos; ALMEIDA, Ieda Muniz de; ROCHA, Eulina Gomes; LAGO, Wilma Garrido do. Avaliação de softwares para bibliotecas e arquivos. 2ª ed. São Paulo: Polis, 2002. 219 p. (classificado como manual)

  29. COUTURE, Carol; DUCHARME, Daniel; MARTINEAU, Jocelyne. A formação e a pesquisa em arquivística no mundo contemporâneo. 1ª ed. Brasília: Finatec, 1999. 190 p. (classificado como não-manual)

  30. DERRIDA, Jacques. Mal de arquivo – uma impressão freudiana. 1ª ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001. 130 p. (classificado como não-manual)

  31. DUARTE, Zeny (trad.). Preservação de documentos: métodos e técnicas de salvaguarda. 2ª ed. Salvador: EdUFBA, 2003. 136 p. (classificado como manual)

  32. DU BOSCQ, Guy. Organização do pré-arquivo. 1ª ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1977. 78 p. (classificado como manual)

  33. ESPOSEL, José Pedro Pinto. Arquivos: uma questão de ordem. 1ª ed. Niterói: Muiraquitã, 1994. 234 p. (classificado como não-manual)

  34. ESPOSEL, José Pedro Pinto. Noções prévias para elaboração de um manual de arquivo. Niterói: São José, 1975. 72 p. (classificado como manual)

  35. FARIA FILHO, Luciano Mendes de (org.). Arquivo, fontes e novas tecnologias: questões para a história da educação. 1ª ed. Campinas, SP: Autores Associados; Bragança Paulista: Universidade São Francisco, 2000. 160 p. (classificado como não-manual)

  36. FILLIPI, Patrícia de; LIMA, Solange Ferraz de; CARVALHO, Vânia Carneiro de. Como tratar coleções de fotografias. 1ª ed. São Paulo: Arquivo do Estado: Imprensa Oficial, 2000. 84 p. (classificado como manual)

  37. FONSECA, Maria Odila. Arquivologia e ciência da informação. 1ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 2005. 124 p. (classificado como não-manual)

  38. GAGLIAND, Pedro Luiz Ricardo. Arquivos Judiciários. 1ª ed. São Paulo: Arquivo do Estado de São Paulo, 1985. 368 p. (classificado como manual)

  39. GOMENSORO, Maria Lúcia de Coimbra. Manual de Arquivo / sistema de arquivo. 1ª ed. Rio de Janeiro: Est. do Nordeste, 1977. 100 p. (classificado como manual)

  40. GOMES, Francelino Araújo; HELLUY, Hâmida Rodrigues. Manual de arquivo e documentação. 1ª ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1976. 201 p. (classificado como manual)

  41. GORBEA, Josefina Q. de. Sistemas de arquivo e controle de documentos. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 1979. 212 p. (classificado como manual)

  42. HELLUY, Hâmida Rodrigues. Como organizar os arquivos. 1ª ed. São Paulo: Cenadem, 1986. 68 p. (classificado como manual)

  43. INDOLFO, Ana Celeste; CAMPOS, Ana M.V Cascardo et. al. Gestão de documentos: conceitos e procedimentos básicos. 1ª ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1995. 49 p. (classificado como manual)

  44. JAMESON, Samuel Haig (org.). Administração de arquivos e documentação. 1ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 1964. 318 p. (classificado como manual)

  45. JARDIM, José Maria; FONSECA, Maria Odila (orgs.). A formação do arquivista no Brasil. 1ª ed. Niterói: EdUFF, 1999. 202 p. (classificado como não-manual)

  46. JARDIM, José Maria. Sistemas e políticas públicas de arquivos no Brasil. 1ª ed. Niterói: EdUFF, 1995. 196 p. (classificado como não-manual)

  47. JARDIM, José Maria. Transparência e opacidade do estado no Brasil. 1ª ed. Niterói: EdUFF, 1999. 239 p. (classificado como não-manual)

  48. LEITE, Maria Amélia Gomes. Manual de arquivo. 1ª ed. Rio de Janeiro: Eletrobrás – Departamento de sistema de controle e telecomunicações, 1980. 87 p. (classificado como manual)

  49. LOPES, Luís Carlos. A gestão da informação: as organizações, os arquivos e a informática aplicada. 1ª ed. Rio de Janeiro: Aperj, 1997. 143 p. (classificado como não-manual)

  50. LOPES, Luís Carlos. A imagem e a sombra da arquivística. 1ª ed. Rio de Janeiro: Aperj, 1998. 110 p. (classificado como não-manual)

  51. LOPES, Luís Carlos. A informação e os arquivos: teorias e práticas. 1ª ed. Niterói; São Carlos: EdUFF; EdUFSCAR, 1996. 142 p. (classificado como não-manual)

  52. LOPEZ, André Porto Ancona. Como descrever documentos de arquivo. 1ª ed. São Paulo: Arquivo do Estado, 2002. 60p. (classificado como manual)

  53. LÜCK, Esther Hermes; BOTTINO, Mariza; LOPES, Luís Carlos; JARDIM, José Maria; FREITAS, Lídia Silva de; BREGLIA, Vera Lúcia Alves; RODRIGUES, Mara Eliane Fonseca. A informação: questões e problemas. Niterói: Eduff, 1995, 84p. (classificado como não-manual)

  54. MATTAR, Eliana (org.). Acesso à informação e política de arquivos. 1ª ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003. 136 p. (classificado como não-manual)

  55. MACHADO, Helena Corrêa; CAMARGO, Ana Maria de Almeida. Roteiro para implantação de arquivos municipais. 1ª ed. São Paulo: Secretaria de estado da Cultura: Porto Calendário, 1996. 127 p. (classificado como manual)

  56. MELLO, Maria Lúcia Horta Ludolf de. O Arquivo Histórico e Institucional da Fundação Casa de Rui Barbosa. 1ª ed. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1997. 188 p. (classificado como não-manual)

  57. MULLER, S.; FEITH, J. A.; FRUIN, R. Manual de arranjo e descrição. 1ª ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1960. 145 p. (classificado como manual)

  58. NAGEL, Rolf (coord.). Dicionário de Termos Arquivísticos: Subsídios para uma terminologia arquivística brasileira. 1ª ed. Bonn e Salvador: Universidade Federal da Bahia, 1989. 110 p. (classificado como não-manual)

  59. NOGUEIRA JUNIOR, Alberto. Cidadania e direito de acesso aos documentos administrativos. 1ª ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. 530 p. (classificado como não-manual)

  60. PAULA, Rosalia Paraíso Matta de. Como elaborar a tabela de temporalidade documental: racionalização de custos de armazenagem e administração de arquivos empresariais. 1ª ed. São Paulo: CENADEM, 1995. 89 p. (classificado como manual)

  61. PAES, Marilena Paes. Arquivo: teoria e prática. 2ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 1991. 162 p. (classificado como manual)

  62. PRADO, Heloísa de Almeida. Manual do arquivista. 1ª ed. São Paulo: LEP, 1961. 140 p. (classificado como manual)

  63. RICHTER, Eneida Izabel Schirmer; Nagel, Rolf. Elementos de Arquivologia. 1ª ed. Santa Maria e Bonn: UFSM, 1988. 125 p. (classificado como não-manual)

  64. RICHTER, Eneida Izabel Schirmer; GARCIA, Olga Maria Corrêa; PENNA, Elenita Freitas. Introdução à Arquivologia. 1ª ed. Santa Maria: UFSM, 1997. 102 p. (classificado como não-manual)

  65. RIO DE JANEIRO (ESTADO). Assembléia Legislativa. Instrumento de política de gestão da informação arquivística da ALERJ. 1ª ed. Rio de Janeiro: ALERJ, 1999. 56 p. (classificado como manual)

  66. RONDINELLI, Rosely Curi. Gerenciamento arquivístico de documentos eletrônicos: uma abordagem teórica da diplomática arquivística contemporânea. 1ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 2002. 160 p. (classificado como não-manual)

  67. SANTOS, Vanderlei Batista dos. Gestão de documentos eletrônicos: uma visão arquivística. 1ª ed. Brasília: Abarq, 2002. 140 p. (classificado como não-manual)

  68. SCHELLENBERG, T. R. Arquivos Modernos: princípios e técnicas. 1ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 1973. 345 p. (classificado como manual)

  69. SCHELLENBERG, T. R. Documentos públicos e privados: arranjo e descrição. 1ª ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1963. 344 p. (classificado como manual)

  70. SCHELLENBERG, Theodore Roosevelt. Manual de Arquivos. 1ª ed. Salvador: Arquivo Público da Bahia, s/d. 193 p. (classificado como manual)

  71. SILVA, Zélia Lopes (org.). Arquivos, patrimônio e memória: trajetórias e perspectivas. 1ª ed. São Paulo: Editora Unesp, 1999. 154 p. (classificado como não-manual)

  72. SMIT, Johanna Wilhelmina; KOBASHI, Nair Yumiko. Como elaborar vocabulário controlado para aplicação em arquivos. São Paulo: Arquivo do Estado, 2002. 55p. (classificado como manual)

  73. TESSITORE, Viviane. Como implantar centros de documentação. São Paulo: Arquivo do Estado, 2002. 52p. (classificado como manual)

  74. VALÉRIO, Antonio C. Gonçalves. et al. Identificação de documentos em arquivos públicos. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1985. 51 p. (classificado como manual)

  75. VALLETE, Jean-Jacques. O papel dos arquivos na administração e na política de planificação nos países em desenvolvimento. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1973. 63 p. (classificado como manual)

  76. VIEIRA, Sebastiana Batista. Arquivo funcional: como organizar na concepção de quem faz e usa. Rio de Janeiro: Unitécnica, 1992. 81 p. (classificado como manual)

  77. VIEIRA, Sebastiana Batista. Técnicas de arquivo e controle de documentos. Rio de Janeiro: Temas & Idéias, 2001. 115 p. (classificado como manual)

O total de livros encontrados foi de 77 obras. Desses, 57 autores são brasileiros (74%) e 9 são organizadores (11,6%) de livros que reúnem artigos de vários autores sobre temas específicos. Os livros de autores internacionais, traduzidos e publicados no Brasil, atingem o número de 12 (15,6%), considerando que a ISAD(G) não foi traduzida por um único autor, e sim por uma comissão realizada pelo Arquivo Nacional. A média anual de livros publicados é 1,6 livro por ano. É importante destacar que essa pesquisa abrange o período entre 1960 e 2006, ou seja, 46 anos.

Os autores que mais publicaram foram Heloísa Bellotto, Ana Maria Camargo, José Maria Jardim e Luís Carlos Lopes com 4 livros (5,1%) cada um. Heloísa Bellotto publicou 2 (2,5%) livros – como coordenadora – sobre terminologia arquivística, 1 (1,2%) livro sobre arquivos permanentes e 1 (1,2%) livro sobre a elaboração de instrumentos de pesquisa. Ana Maria Camargo foi coordenadora juntamente com Heloísa Bellotto na publicação de 2 (2,5%) livros sobre terminologia e publicou outros 2 (2,5%) livros sobre implantação de arquivos municipais. José Maria Jardim publicou 1 (1,2%) livro sobre formação acadêmica como organizador, 1 (1,2%) livro sobre questões e problemas da informação juntamente com mais 6 docentes. Os outros 2 (2,5%) livros publicados por Jardim foram resultados de sua dissertação de mestrado e tese de doutorado que versaram sobre sistemas de políticas públicas de arquivos no Estado brasileiro e o Estado brasileiro como campo informacional –principalmente em informação arquivística – respectivamente. E por fim, Luís Carlos Lopes que publicou 2 (2,5%) livros sobre administração de arquivos, 1 (1,2%) livro que foi resultado de sua tese de pós-doutorado, tratando acerca da arquivística integrada e 1 (1,2%) livro sobre questões e problemas da informação – o mesmo no qual José Maria Jardim também colaborou.

Um aspecto que deve ser registrado é que foi encontrada uma considerável quantidade de obras estrangeiras nas bibliotecas pesquisadas, inclusive, livros em Português de Portugal, mas, como exposto anteriormente, não atendiam os critérios desta pesquisa, que identificou somente os livros publicados no Brasil. Apenas como uma referência utilitária, as obras estrangeiras estão disponíveis, principalmente, na biblioteca do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (APERJ) e na biblioteca do Arquivo Nacional.

Maria Odila Fonseca (2005, p. 49) aborda a tradição manualística e suas limitações nos livros “A formação do arquivista no Brasil” (este, em co-autoria com José Maria Jardim), e “Arquivologia e ciência da informação”. Ela aponta que a partir da década de 1980, sob o pensamento do arquivista alemão Eckart Franz, houve mudanças revolucionárias na formação profissional em Arquivologia, entre essas mudanças está o que foi chamado por Franz “de nova onda de manuais”. No entanto, sobre os manuais LOPES (1996, p. 49) considera que:


“(…) é fácil perceber a quase inexistência de rupturas filosóficas em um século de produção intelectual. A arquivística chegou até nós como conhecimento congelado, oriundo do passado, à qual se pode, segundo a tradição, aduzir derivações pragmáticas, mas não alterar o seu objeto básico – os documentos – nem oxigená-la com os conhecimentos contemporâneos de diversas áreas”.


Nota-se que há uma necessidade de se questionar os manuais em razão do seu
caráter pragmático e tecnicista como verificar também a ausência de literatura teórica na arquivística, pois para uma área que almeja ser reconhecida como disciplina científica urge que as suas bases teóricas sejam questionadas. (Silva et al. 2002, p. 19)

Diante do exposto, e de acordo com o que vimos anteriormente, as obras listadas foram classificadas em manuais e não-manuais.

Em síntese, foram considerados manuais:

  • os livros que tratam do fazer arquivístico;
  • os livros cujos títulos usam verbos no infinitivo, como, por exemplo, fazer, organizar, avaliar, implantar, descrever, tratar, elaborar, etc.
  • os livros cujos títulos contêm os termos manual, recomendações, organização, roteiro, técnicas, ou outras expressões que remetem à noção do “fazer”.

Foram considerados não-manuais:

  • os livros que tratam de refletir sobre teorias, conceitos e políticas na área;
  • os livros que tratam da terminologia arquivística. A tabela a seguir mostra o resultado da classificação:


Do total de 77 (100%) publicações encontradas, 51 (66,2%) foram classificados como manuais e 26 (33,8%) foram classificados como não-manuais. Das 26 publicações consideradas como não-manuais, 7 livros (9%) são resultados de teses e dissertações, e 4
livros (5,1%) são sobre Terminologia Arquivística.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Alguns aspectos devem ser explicitados como forma de contextualizar e tornar nítidos os elementos que nortearam a pesquisa. Entre outros, destacam-se:

  • a pesquisa foi restrita a quatro bibliotecas da cidade do Rio de Janeiro e à internet;
  • uma razoável quantidade de livros não foi contemplada por não atender aos critérios estabelecidos por esta pesquisa (número de páginas, por exemplo);
  • alguns livros podem ter sido publicados em outros estados que possuem instituições arquivísticas públicas ou instituições de ensino que possuem o curso de Arquivologia, cujos exemplares não constavam em nenhuma das bibliotecas pesquisadas.

Um outro aspecto a ser salientado é quanto à dificuldade para definir o que vem a ser um manual, apesar de alguns livros de Arquivologia terem esses nomes em seus títulos. A questão que fica é: Quais os critérios que levam a um autor a definir sua própria obra como um “manual”?

Observou-se, ainda, que nos últimos anos – principalmente nos anos 1990 – houve um aumento considerável na produção bibliográfica arquivística publicada no Brasil, tanto um aumento quantitativo, quanto qualitativo. No entanto, o aumento qualitativo está aquém de ser considerado suficiente para uma área que deseja alcançar o caráter de disciplina científica.

A publicação criteriosa, mas sistemática, de teses de doutorado e de dissertações de mestrado (e até mesmo monografias de cursos de graduação) poderia diminuir essa lacuna. É claro que para isso, deverá ser observada a relevância para a área e a qualidade dos trabalhos produzidos para serem então publicados.

Por fim, entendemos que para que Arquivologia seja reconhecida como um campo do saber autônomo e reconhecida como uma disciplina científica, plenamente inserida nas Ciências Sociais Aplicadas, é necessário que haja uma maior produção bibliográfica e que esta contemple as demandas acadêmicas e profissionais. O aumento do número de cursos de graduação em Arquivologia no país e a crescente quantidade de arquivistas cursando mestrados e doutorados apontam para uma quantidade maior de docentes e pesquisadores engajados na construção do conhecimento arquivístico no Brasil. O que possibilita concluir que o desenvolvimento da Arquivologia como disciplina científica por meio da pesquisa está atrelado à produção acadêmico-científica, na qual se insere, por sua vez, a publicação de livros.


Fontes:

GALDINO, Karina. Publicação dos trabalhos apresentados em Eventos: análise cienciométrica das comunicações apresentadas dos GT´s do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Intercom. Trabalho apresentado no XVI Endocom – Encontro de Informação em Ciências da Comunicação. Disponível em http://www.portcom.intercom.org.br/institucional/a_rede/endocom/2004/Galdino.PDF, acessado em 21 de agosto de 2006.


HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss de sinônimos e antônimos da língua portuguesa / Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003. 1ª edição.


JARDIM, José Maria. Sistemas e políticas públicas de arquivos no Brasil. Niterói: Eduff, 1995.


Transparência e opacidade do Estado no Brasil: usos e desusos da informação governamental. Niterói: Eduff, 1998.


A produção do conhecimento arquivístico: perspectivas internacionais e o caso brasileiro (1990-95). In: JARDIM, José Maria; FONSECA, Maria Odila (Orgs.). A formação do arquivista no Brasil. Niterói: Eduff, 1999.


LOPES, Luis Carlos. A informação e os arquivos: teorias e práticas. Niterói: EDUFF; São Carlos: EDUFScar, 1996.


LOUREIRO, José Mauro Matheus. Museu de ciência, divulgação científica e hegemonia. Disponível em http://www.ibict.br/cienciadainformacao/viewarticle.php?id=167&layout=abstract, acessado em 21 de agosto de 2006.


MENDES, Isabel Amélia Costa; MARZIALE, Maria Helena Palucci. As novas exigências da comunicação científica na era do conhecimento. Disponível em www.scielo.br/pdf/rlae/v10n3/13336.pdf, acessado em 28 de agosto de 2006.


MIRANDA, Dely Bezerra de; PEREIRA, Maria de Nazaré Freitas. O periódico científico como veículo de comunicação: uma revisão de literatura. Disponível em http://www.ibict.br/cienciadainformacao/viewarticle.php?id=503&layout=abstract, acessado em 28 de agosto de 2006.


MULLER, S.; FEITH, J. A.; FRUIN, R. Manual de arranjo e descrição. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 145 p. Tradução de Manuel Adolpho Wanderlei.


OLIVEIRA, Érica Beatriz. Produção científica nacional na área de geociências: análise de critérios de editoração, difusão e indexação em bases de dados. Disponível em http://www.ibict.br/cienciadainformacao/viewarticle.php?id=735&layout=abstract, acessado em 21 de agosto de 2006.


SILVA, Armando Malheiro et. al. Arquivística: teoria e prática de uma ciência da informação. Porto: Afrontamento, 2002. 2ª edição.

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